sábado, 12 de março de 2011

Paulistão

O maestro da vila voltou


Depois de 199 dias parado por causa de uma séria lesão no joelho esquerdo, craque Ganso dá passe decisivo, marca e recoloca o Santos na ponta

Por Adilson BarrosSantos, SP

Paulo Henrique Ganso está de volta. Sorte do Santos, da Seleção Brasileira, do futebol. 199 dias depois de sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo, durante confronto contra o Grêmio, no estádio Olímpico, pelo Brasileirão, no dia 25 de agosto de 2010, o craque fez seu primeiro jogo oficial neste sábado, contra o Botafogo-SP, na Vila Belmiro, 13ª rodada do Paulistão. Parece que não passou um segundo sequer. Ele entrou no intervalo de um jogo duro para o Peixe. Em dois lances, resolveu. Primeiro num lindo lançamento para Zé Eduardo, que recebeu e cruzou para Elano marcar. Depois, ao marcar o seu, completando cruzamento de Pará. O gol de Anselmo, aos 44 minutos do segundo tempo, para o Botinha, não atrapalhou a festa de Ganso.

Com os 2 a 1, o Santos assume a liderança do Paulistão. Foi a 28 pontos, mesmo número do Palmeiras. A vantagem, porém, é santista por causa do saldo de gols: (17 a 12). Agora, o Peixe precisa secar Corinthians e São Paulo, que jogam neste domingo, para terminar a rodada na ponta. Elano, com o seu gol, se isola ainda mais na tabela de artilheiros do estadual: nove gols.

Botinha segura o Peixe

A torcida do Santos fez sua parte. Comprou ingresso, foi à Vila Belmiro, cantou, gritou. A expectativa em torno do retorno de Ganso levou 12.134 torcedores ao estádio, melhor público do ano na Vila. Mas, a princípio, a presença do craque no banco não atrapalhava. O time tentava tocar a bola e chegou até a envolver o Botafogo no começo. Aos poucos, porém, a equipe passou a apresentar os mesmos erros do primeiro tempo contra a Portuguesa, quarta-feira passada.

Elano, com as mãos na cintura, paradão ali no meio, vivia de faltas e cobranças de escanteio. Quando tinha a bola, insistia em lançamentos que jamais alcançaram o objetivo. A não ser por um bom passe para Neymar, aos 35 minutos, que o atacante dominou e chutou colocado, assustando o goleiro Júlio César, o camisa 8 santista não acertou mais nada.

A insistência nesses lançamentos longos irritou o lateral-esquerdo Léo, que deixou o campo no intervalo reclamando que o time estava insistindo demais nesse tipo de jogada em vez de tocar de pé em pé.

Ao lado de Elano, Diogo também tinha dificuldades para acertar jogadas. Vestindo a camisa 10, de Ganso, o meia passou a ser vaiado pela torcida, que começou a pedir a entrada do titular. A sombra do craque do Peixe e da Seleção Brasileira .

O Botafogo se valia dessa instabilidade santista. Marcando muito forte, até abusando de faltas duras, a equipe de Ribeirão Preto tinha campo para jogar e criou as duas melhores chances da primeira etapa. Aos 28, Assiszinho se aproveitou de uma pane da zaga santista e recebeu livre. Na hora do chute, porém, ele viu o goleiro Rafael crescer à sua frente. O goleiro travou a jogada e salvou o Peixe. Depois, aos 45, Assis acertou um lindo lançamento para Túlio Souza. O volante, vendo que estava sozinho de frente para o gol santista, se apavorou. Pegou mal na bola e perdeu grande chance.

Ave, Ganso

Quando o Santos voltou para o segundo tempo, uma explosão na Vila Belmiro. Enfim, Ganso iria entrar. Diogo saíria. O juiz apitou o reinício da partida. O craque alvinegro precisou de apenas 30 segundos para fazer o que o meio de campo santista não conseguiu em todo o primeiro tempo. Ele recebeu pela meia direita e acertou um lançamento primoroso para Zé Eduardo, que recebeu na direita e cruzou para trás. Elano, que acompanhava a jogada, recebeu e chutou rasteiro, de pé direito, abrindo o placar.

A torcida santista, extasiada, ainda aplaudia Ganso, quando Pará foi à direita e cruzou rasteiro. O meia entrava livre e, com um leve toque de canhota, tirou a bola do alcance de Júlio César. Em dois lances, o craque resolvia a partida.

Aos poucos, o ritmo foi diminuindo. O Botinha aparentava não ter forças para ameaçar o Santos. O tempo parado pesou e Ganso passou a jogar mais parado, apenas distribuindo o jogo. De repente, no único lance de perigo da equipe de Ribeirão Preto em todo o segundo tempo, o gol. Aos 44, em cobrança de escanteio, Anselmo subiu mais do que todo mundo e escorou de cabeça.

Aos 47, Fernando Miguel, que levava um baile de Ganso no meio, apelou. Deu um carrinho criminoso e levou o vermelho. O meia santista só não se machucou porque pulou.

Próximos jogos

O Santos volta a campo na próxima quarta-feira, em Santiago (CHI), para enfrentar o Colo Colo, pela Taça Llibertadores. O jogo começa às 21h45m (horário de Brasília). Pelo Paulistão, o Peixe joga sábado que vem, contra o Bragantino, às 18h30m (horário de Brasília), em Bragança Paulista. Já o Botinha, também sábado às 18h30m, recebe o Paulista, em Ribeirão Preto.

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